Minha irmã e eu tentamos pegar a fada dos dentes - Um Aviso


Minha irmã Kate e eu sempre fomos inseparáveis; Eu acho que é de se esperar já que somos gêmeas idênticas. Adorávamos saber que poderíamos mudar um pouco e enganar nossos professores, amigos e, às vezes, até nossos pais. Insistimos em ter as mesmas roupas e penteados; quando uma usava um rabo de cavalo, a outra também. Embora algumas pessoas tenham achado nosso comportamento preocupante, acho que foi legal. Nós só queríamos estar o mais perto possível, éramos apenas crianças aproveitando a nossa sorte.

Nosso desejo de ser tão semelhante é o motivo pelo qual tenho essa história para contar, esse fardo para compartilhar. É por isso que me sinto parcialmente responsável pelos eventos que ocorreram há dez anos. Tínhamos seis anos quando perdi meu primeiro dente. Eu tinha mordido uma casquinha de sorvete em meu lanche depois do jantar e senti algo estalar - meu dente direito da frente havia caído. Eu tinha notado que ele estava um pouco mole uma semana antes, mas não o toquei pois ajudaria na diferenciação entre minha irmã e eu. Já era tarde e minha mãe não aguentava mais nossas incessantes queixas sobre como agora parecíamos diferentes - ela simplesmente disse: “bem, quando Kate perder o primeiro dente, você voltará a enganar todos nós. Agora vá para a cama e trate de dormir, caso contrário a fada dos dentes não virá."

Fomos conduzidas para nossos respectivos quartos - o de Kate era na frente da casa e o meu na parte de trás. Nós compartilhávamos uma parede, e dentro dela havia um closet conjunto; você sabe, aqueles onde você pode entrar pela porta de um quarto e sair pela porta do outro quarto? Incrível, né? Bem, nós pensávamos isso também, mas falarei sobre isso mais tarde. Naquela noite dormimos e acordei com uma nota de cinco dólares debaixo do travesseiro. A primeira coisa que fiz foi acordar Kate e mostrar a ela - a fada dos dentes havia vindo! Corremos para fora do quarto dela e seguimos pelo corredor, gritando para mamãe e papai acordarem e verem o que havia acontecido. Estávamos tontas de empolgação, até que nosso irmão mais velho entrou pela porta.

"Vocês sabem que a fada dos dentes é apenas mamãe e papai, certo?" ele disse, parecendo meio sonâmbulo e irritado como o inferno.

"Não é" eu disse de volta, antagonizando-o. Ele nos incomodou, e gostávamos de ter certeza de que ele sabia disso; Não posso dizer que o culpo, que garoto de dezesseis anos quer irmãs gêmeas dez anos mais novas que ele?

“Uh huh, vai em frente, continuem pensando assim. Mas, pelo amor de Deus, calem a boca!” E com isso ele bateu a porta. Minha mãe saiu e o repreendeu, mas suspirou e desistiu rapidamente.

“Uau meninas, olhem para isso! Kallie, você terá que guardar isso para algo especial! Ela disse com um sorriso. "E Kate, aposto que você também está animada para perder um dente!" Nós duas assentimos e corremos de volta pelo corredor para o meu quarto para colocar o dinheiro no meu cofrinho.

“Ei, Kallie”, disse Kate, “você poderia me ajudar a perder um dente? Então podemos ter dez dólares e comprar algo realmente incrível!” Olhei para ela e assenti, um sorriso se formando em meu rosto. Meia hora depois, o dente da frente direito de Kate estava amarrado a um barbante preso a uma maçaneta.

"Vou contar até três!" Eu disse, pronta para bater a porta, "Um...Dois... Três!" e com isso empurrei o máximo que pude. Ouvi um grito estridente quando o dente de Kate saiu voando de sua boca, seguido por uma corrente de sangue e algumas lágrimas. Escolhemos não o dente que estava mole, mas sim o que nos deixaria idênticas novamente; você pode imaginar o quanto deve ter doído.

Em questão de minutos, nossa mãe estava em nosso quarto, nos repreendendo por nossa ação. Enquanto me sentava com Kate enquanto ela chorava, ela olhou para mim e nós compartilhamos um olhar astuto - em breve seríamos ricas! No entanto, eu podia ver algo mais em seus olhos, algo mais travesso. Conversamos sobre isso em voz baixa e planejamos investigar o que nosso irmão havia nos dito antes. Recusamos acreditar que a fada dos dentes era nossos pais, mas sabíamos que teríamos que ter certeza.

Nosso plano envolvia Kate e eu irmos para a cama e deixar apenas ela dormir - afinal, mamãe havia dito que se eu não estivesse dormindo a fada dos dentes não viria para mim, então essas regras tinham que se aplicar a Kate também. Usaríamos o armário que tínhamos a sorte de compartilhar - eu iria para o meu quarto e me deitaria, assim como Kate. No entanto, uma vez que mamãe e papai dissessem boa noite, eu sairia rastejando e passava pelo armário, me escondendo atrás das portas do armário de Kate e olhando através de uma fenda. Fiz questão de descansar durante o dia e tudo correu conforme o planejado.

Quando tivemos certeza de que mamãe e papai pensavam que estávamos dormindo, saí na ponta dos pés da cama e entrei no armário. Sentei-me logo atrás da porta de Kate, afastando-a um pouco para que eu pudesse ver o quarto dela e sua cama. Ela estava lá, respirando profundamente, e eu sabia que ela estaria dormindo em breve. Foi preciso muita força de vontade para ficar acordada, mas eu sabia que só tínhamos uma chance (pelo menos até que o próximo dente caísse, e quem sabe quanto tempo demoraria).

Fiquei sentada pelo que pareceram horas, trançando e desfazendo o cabelo da minha boneca, esperando que algo acontecesse. Quando sentia meus olhos ficarem pesados, eu beliscava meu braço para continuar acordada. Por volta das 2 da manhã o momento que estávamos esperando começou. A janela de Kate se abriu e uma figura escura entrou.

Fiquei um pouco impressionada, a figura não estava usando um vestido e nem espalhava glitter como havíamos pensado, mas sim era sombria e encurvada, andando com seus próprios pés ao invés vez de flutuar sobre suas asas. Eu o vi levantar Kate e enfiar a mão debaixo do travesseiro, colocando algo debaixo dele. Fiquei incrivelmente assustada quando, ao invés de tirar o dente, a figura deslizou o braço sob o pescoço e a levantou como meu pai o fazia quando tirávamos uma soneca no carro.

Eu queria gritar, pois sabia que algo não estava certo. Tentei encontrar minha voz, mas não consegui - um nó se formou em minha garganta e eu não conseguia respirar. Vi a figura girar com Kate nos braços e voltar para a janela aberta, subindo por ela antes de se virar e fechá-la.

Eu imediatamente pulei e corri para a janela, mas não vi nada. Gritei por mamãe e papai, e eles vieram correndo em segundos. Disse a eles que Kate se fora, mas não consegui pronunciar outras palavras. Eles começaram a gritar também, correndo pelo quarto procurando por ela enquanto eu estava sentada na cama dela, chorando. Meu pai estava no telefone contactando o serviço de emergência enquanto mamãe foi acordar nosso irmão, implorando que, se fosse parte de alguma brincadeira dele, não era engraçado. Em meio ao caos, olhei embaixo do travesseiro de Kate para ver o que a figura havia colocado ali. Antes que eu pudesse inspecioná-lo, papai me chamou.

Os policiais havia chegado em tempo recorde e queria saber o que vi, pois fui eu quem descobriu que Kate havia desaparecido. Sentei-me à mesa da cozinha no colo da minha mãe e tentei explicar o que havia acontecido. Contei a eles sobre o dente, sobre nosso plano e como queríamos provar que nosso irmão estava errado. Pouco tempo depois, os policiais pediram para falar com meus pais e me disseram para ir para o meu quarto.

Minha mãe chegou alguns minutos depois e sentou-se comigo e com a policial que havia me interrogado. Elas queriam ouvir minha história novamente, pois tinham dificuldade em entender como ela havia acontecido. Reiterei palavra por palavra, para garantir que elas soubessem que eu não estava imaginando coisas. Elas me disseram que deveria ter tido um sonho, que eu tinha cochilado - não havia como alguém entrar na janela trancada do segundo andar de Kate com tanta facilidade. Chorei e disse que era verdade, que estava me beliscando o tempo todo, que sabia que não estava sonhando. Elas chegaram a conclusão de que eu poderia ter ficado traumatizada e que precisava descansar um pouco. Implorei para minha mãe dormir no meu quarto naquela noite, e ela concordou. Ela só tinha que terminar de conversar com os policiais e entraria.

Levei um tempo para ler o que havia encontrado debaixo do travesseiro de Kate. Era um envelope com uma anotação dentro, não dinheiro como eu pensava. Abri o papel e li. Para meu horror, em um escrita confusa, dizia: "Este é o seu primeiro e único aviso - não se atreva a fazer algo assim novamente."

Esta noite completa dez anos desde que ela foi levada, e ainda não há pistas sobre o que aconteceu naquela noite. No entanto, senti que precisava contar minha história, pois no início da noite notei uma leve brisa vindo da janela aberta de Kate - que minha família havia fechado um dia depois que ela desapareceu.

Creepypasta traduzida do(a) autor(a) insomnia_storyteller 

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